Quem trabalha no RH enfrenta diariamente o grande desafio – e talvez o maior da carreira – de atrair, reter e engajar talentos. Quando voltamos o olhar para a contratação de estagiários, temos a impressão de que é impossível acessar a Geração Z – jovens nascidos entre 1995 e 2010 – principalmente durante o processo seletivo.

Os talentos da Geração Z estão no início da caminhada profissional e “chegam chegando” no ambiente corporativo. Muitas vezes causam certo desconforto nos demais membros da equipe. São tecnológicos, hiper-conectados, com hábitos e desejos diferentes das gerações anteriores.

Adriel Gennaro, COO da Alpha Estágio e com mais de 20 anos de experiência da gestão de programas de estágio afirma que não há motivo para pânico no RH: “os hábitos, os sonhos e a visão sobre o mundo do trabalho mudou, mas em qualquer tempo lidamos com gente e gente é igual em qualquer tempo”.

Um dos principais estímulos para o engajamento desta geração é a valorização da diversidade, causas socioambientais, acolhimento, inclusão e respeito.

Outro ponto fundamental é a comunicação. Parece impossível para as empresas se comunicarem com os novos profissionais e sim, eles tem uma forma própria de comunicação. O maior erro que uma empresa pode cometer é supor que determinada linguagem ou formato será aceito e entendido pela Geração Z, destaca Adriel.

Não há formula mágica, mas o segredo é ouvir. Crie espaços e ambientes onde os jovens possam falar sobre a carreira e os próprios sonhos. A vantagem de criar ambientes de fala e escuta é obter dos jovens as inovações e a visão deles sobre a atuação da empresa, processos, mercado e a concorrência.

Para os membros da Geração Z, ter um propósito e atuar naquilo que acredita são os pontos mais valorizados numa vaga de estágio ou emprego e na maioria dos casos esses valores tem prioridade sobre os benefícios e remuneração.

Quem tem esse perfil precisa entender o motivo de estar na companhia e, melhor ainda, saber se estão fazendo alguma diferença no mundo ou na vida de alguém. O estagiário não quer ser apenas mais um, quer pertencer a algo maior, algo que faça sentido.

Uma das sugestões é o RH encabeçar iniciativas sociais. Essa é uma estratégia que geralmente agradam os futuros profissionais.

O equilíbrio entre vida pessoal e profissional é fundamental, mesmo quando não há uma divisão clara. O desejo geral é ter autonomia e flexibilidade para arquitetar ideias e implantá-las, com a devida responsabilidade. Um ambiente aberto, dinâmico, onde o relacionamento e a comunicação com outros colegas profissionais seja mais fácil, proporcionam espaços para esse jovem lidar tanto com aspectos particulares, quanto ocupacionais em um mesmo local.

A Geração Z quer velocidade na carreira e nas tomadas de decisões. Aprendem muito rápido e, na visão deles, em pouco tempo já estão preparados para uma nova posição dentro da companhia. Como são imediatistas, se não conseguem conquistar seus desejos, tendem a buscar outras oportunidades. A postura é tão dinâmica e desprendida a ponto de chocar as gerações anteriores, acostumadas a passarem vários anos em uma mesma instituição, construindo uma trajetória mais sólida. O papel do RH é mediar esses interesses e buscar o equilíbrio entre a cultura organizacional e o perfil das novas gerações.

Feedbacks constantes, contar a historia da empresa e as trajetórias dos profissionais que estão a mais tempo na equipe humanizam as relações.

A verdade é que todos nós temos as mesmas necessidades de sermos acolhidos, saber que somos importantes, liberdade e segurança para expor as ideias no momento adequado e uma liderança inspiradora, independente da idade ou “tempo de casa”.

Comunicar de forma clara os propósitos da empresa, destacar os valores, a história e objetivamente o que se espera dos candidatos é o começo para ter o engajamento desde o processo seletivo.

Se você precisar de ajuda para implantar um bom programa de estágio, a equipe da Alpha Estágio está pronta para conversar, trocar informações e contribuir com o seu RH.